Era um bom exercício, se alguns intelectuais portugueses parassem um dia para refletir nos temas em que investem a inteligência que vendem. Não estivéssemos nós aos tombos pela colina da crise social e económica e eu até aceitava discutir tudo, não excluia nada, mas há realidades com atualidade e há criações que temos de priorizar. Se o universo daqueles que recuam lentamente para o 3º mundo é rico em futilidades, no hemisfério Sul a coisa atinge o miolo e deixa cicatrizes psiquiátricas profundas. O Colégio Franco-Brasileiro, no Rio de Janeiro, sugeriu linguagem sem distinção pelo gênero, para não fazer sangrar de descriminação as impressionáveis crianças de proveniência abastada de uma cidade com 71 favelas, considerada uma das mais inseguras do mundo. Entretanto, em Cabo Delgado, catraios são decapitadas como frangos na frente dos pais e morreram já mais de 2500 pessoas numa investida de grupos terroristas pertencentes ao Estado Islâmico que já colocou em fuga e à fome 670000 pessoas. Parece-me elementar, que nestas circunstâncias excecionais, devamos alertar os jornalistas para terem o cuidado de não distinguir de entre as vitimas daquela multidão chacinada, as que pertencem ao gênero feminino e ao masculino. É nestes detalhes que o jornalismo de vanguarda deveria mostrar onde está o seu verdadeiro foco editorial. Os/as alunes do Colégio Franco-Brasileiro estão já a fazer corações em feltro com as cores do arco-íris para alimentar os espíritos dos/das famintes de igualdade de gênero em Cabo Delgade.
Sejam felizes, porque podem
Saudinha
Às vezes, as situações inesperadas da vida não nos permitem sermos felizes...
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