nem pra ele sabe

O técnico do fisco que descobriu a trapaça na EDP, denunciando a alegada ilegalidade na isenção de impostos às barragens foi agraciado com a liberdade de fiscalizar exclusivamente aquilo que o governo determinar. No nosso país somos todos muito felizes a viver de fazer tudo quanto nos obrigam a fazer sem levantar ondas. Livres para dizer bem do governo e livres para não dizer mal do governo. Para com os nossos parcos salários comprarmos tudo o que bem entendemos. Livres de tirar cursos superiores sem perspectivas de emprego. De expressar aquilo que consideramos verdadeiro desde que com o selo de garantia do estado. Livres para escolher a escola e o serviço de saúde desde que sejam uma das escolas e hospitais públicas da área de residência. De ser pacientes do hospital privado e alunos do ensino privado desde que tenhamos dinheiro para isso.  Livres para escolher governos de esquerda ou governos do centro com preconceito de esquerda ou ainda um partido fachisoide de estrema direita ...

A escola pública foi de férias para o parque de campismo do Entroncamento.  A céu aberto, livre do telhado e das pesadas paredes dos conteúdos, fez-se à estrada. leve de mochila às costas com as aprendizagens essenciais para curtir o ano escolar 2021/22. As férias começaram da melhor maneira.  Sem programa para cumprir e sem fim à vista, os alunos são surpreendidos ano após ano com o admirável mundo novo das pedagogias de vanguarda. Agora com a publicação do despacho 6605-A/2021, no passado dia 6 de julho, o atual governo dá sorrateiramente uma ajuda brutal à motivação dos alunos para a ignorância juvenil consentida. À prova de exigências obsoletas e devidamente desregrada, a prole estudantil avança enérgica para o miolo da sociedade de smartphones no bolso e sem manual de sobrevivência, escusando-se a museus, bibliotecas, livros e ensinamentos aborrecidos. O que se passa com a classe docente que não tem este espírito de aventura? Provavelmente por estarem já tão envelhecidos ...

Vieira tem apenas um palheiro, Berardo uma garagem, Sócrates dependia de favores de amigos. Pensar que existem tantas e tantas pessoas obcecadas por acumular riqueza quando afinal o segredo é facultar aos colaboradores o acesso a toda a nossa fortuna. Estes finórios, vão a inquéritos parlamentares onde lhes perguntam coisas muito razoaveizinhas. Páginas e páginas de mesmiceira horizontal, muito bem intencionada, com efeito zero. O trabalho dos inquiridores é equivalente ao "agarra-me que eu mato" do bêbado do bairro na festa da freguesia. Chama-se a polícia e a richa dá em nada. Acaba tudo aos abraços a beber copos. De pancadaria da velha, só ameaças. Não que eu goste de estrilho, mas uma boa rusga   às contas bancárias destes senhores e uma violação à bruta das suas contas de e-mail e teríamos um nado rechonchudo de euros em menos de 9 meses. Não sei se julgar estes homens em praça pública à luz destes factos é leviandade ou se ao contrário qualquer néscio leviano o poderia ...

Nunca vi um teimoso teimar sozinho. A educação para a cidadania encerra contraindicações graves quando é dada em simultâneo pela escola e pelos encarregados de educação. De acordo com alguns pais a lavagem cerebral cívica atinge níveis perigosos nos alunos sempre que estes são sujeitos por profissionais a diálogos democráticos sobre temas sociais. Já o ME considera insultuoso o direito a objeção de consciência a disciplinas de conteúdos morais e cívicos da parte dos país consignada na constituição. Estamos portanto muito bem fundamentadinhos a cavar trincheiras hà 2 anos em defesa dos dois alunos de Famalicão que reprovam agora pela 2º vez,   pelos quais dezenas de intelectuais, professores e comentadores se debatem. Se estes fedelhos não fossem alunos exemplares a todas as outras disciplinas esta guerra não existia. Reprovavam como os outros e não se falava mais no assunto. Infelizmente a sociedade não considera o efeito nefasto que as boas notas e a boa conduta destes alunos tem ...

A impunidade fica-lhes tão bem. Bem vestida e asseada, a alta costura da 3º república não resiste a ditar modas cada vez mais ousadas e sem pudores éticos. Fashion de vanguarda, na crista da leviandade, o corte e costura das alarvidades com que se justificam mortes e incompetência grosseira, passa o crivo social pouco exigente, pois não fosse o polimento formal do discurso politiqueiro e já a brejeirice sórdida das mulheres de má vida tinha sido altamente ultrapassada pelo esgoto de falta de vergonha onde nadam estes gordos chernes. Não há limites ao efeito, que o hábito venenoso das aparências provoca, a quem o consome. “Noblesse oblige” sempre que está em causa vestir a parca de corte intemporal que a cumplicidade com a prole podre convenciona, estação após estação,  à náusea de uma era que parece não saber vestir-se de verdade, nem mesmo à custa de sangue inocente. Dirá Cabrita que “com uma gravata e um discurso obsoleto eu nunca me comprometo”. Seja ao comando de um ministéri...